O papel do cidadão é o mais importante de todos, pois é o conjunto de cidadãos que deve escolher o tipo de sociedade em que pretende viver, determinando os papéis das suas principais instituições e agentes.
Uma maior escolaridade, o avanço tecnológico e a expansão das democracias têm vindo, para o bem e para transformar ainda mais a nossa sociedade.
No futuro, o cidadão terá cada vez mais poder de autonomia e independência para ser senhor do seu próprio destino e determinar o seu futuro, naturalmente dentro daquilo que está sob o seu controle.
Uma sociedade democrática, tenha ela, um governo mais à esquerda ou à direita, é aquela em que o poder está claramente repartido pelas suas várias instituições democráticas (executivas, legislativas ou judiciais) tendo a Sociedade Civil múltiplas formas de expressão e de intervenção.
Estas intervenções poderão ser individuais ou associativas, reforçando o aprofundamento de uma democracia participativa sem poderes dominantes e criando um maior valor para a sociedade pela diversificação, empenho e contributo que todos podem trazer.
No Brasil o papel do cidadão tem que evoluir de acordo com os novos tempos, para que no futuro a nossa sociedade possa alcançar os seus objetivos.
Propõem-se a seguir alguns traços fundamentais do que deverá ser o papel do cidadão, tendo em conta o enquadramento e desafios referidos.
Os traços fundamentais que definirão o papel do cidadão
O cidadão deve:
1.Ser informado, ativo, exigente e participativo.
2.Procurar ter uma opinião fundamentada da forma como a sociedade está organizada e procurar dar a sua contribuição para a construção de uma nova sociedade, que vá para além da sua própria atividade profissional, participando dos projetos coletivos.
3.Ser exigente quanto ao papel do Estado e compreender que só tem a ganhar com um Estado forte e independente, menos asfixiante e mais subsidiário, com melhor qualidade de serviço e mais eficiente.
4.Ter a consciência plena de que os custos do Estado também são seus.
5.Querer que a sociedade seja uma sociedade de oportunidades, mais aberta e flexível, para seu benefício próprio e dos seus descendentes.
6.Assumir os seus deveres, os deveres fiscais, os preservação de uma sã concorrência nos mercados, passando pelos deveres já referidos de participação democrática.
7.Se responsabilizar por si próprio, pela sua formação e desenvolvimento de competências, por todos os atos e atitudes que vai tomando ao longo da vida.
8.Evitar estar à espera do Estado, ou de outra organização qualquer, para resolver os seus problemas ou para ver correspondidos todos os seus desejos.
Não faz sentido que um cidadão esteja sempre a queixar-se ou a reivindicar permanentemente benefícios para si a serem pagos ou disponibilizados por outros.
A aposta do cidadão deve ser na sua valorização de forma a ter mais oportunidades e a não depender materialmente de ninguém em particular.
9.Evitar ficar agarrado a uma função ou a um emprego, não só porque tal não é sustentável, nem possível no enquadramento atual, podendo ter um custo para outros, como acabará por não lhe garantir um maior retorno em médio prazo em termos da sua realização profissional e felicidade.
10.Exigir respeito á sociedade e ao coletivo fazendo a sua parte sem onerar a sociedade, mas antes contribuindo de forma ativa para a sua dinâmica, criação de valor e qualidade, por forma a que mais riqueza (material e não só) possa ser criada em benefício de todos.
Conclusão
Só assim será possível garantir a existência na sociedade dos recursos e das atividades necessárias para providenciar seletivamente uma vida condigna a todos aqueles que objetivamente não a conseguirão alcançar pelos seus próprios meios.
É o respeito que cada cidadão deve merecer que implica não poder a sociedade tratá-lo como um mero número e desqualificá-lo, mas antes desenvolvê-lo, torná-lo independente, e nele apostar e acreditar.
Temos que ser uma sociedade que:
• Valoriza e responsabiliza o cidadão;
• Garanta a igualdade de oportunidades baseada numa educação de qualidade para todos;
• Saiba criar oportunidades para os cidadãos, de forma a que estes se realizem pessoal e profissionalmente.
É esta nova sociedade que os cidadãos devem exigir e para a qual devem contribuir através do seu próprio papel.